sexta-feira, 18 de julho de 2008

Dia 33 Sofia - Plovdiv

Fiquei acordado até a 1:30 da manha. O sono não vinha e acabei ficando atualizando o blog. Coloquei um vídeo no blog do dia 28 Nis – Pirot que mostra a passagem por alguns túneis curtos.


Hoje foi um dia de despedida. Renato e Ferreira começam sua volta para o Brasil. Ao meio dia pegam um vôo para Frankfurt e amanhã um vôo para o Brasil. Optaram por um vôo para Salvador com a companhia aérea Condor. De lá pegam um vôo para São Paulo.


As nove da manhã nos despedimos, Eles foram para o escritório da empresa onde as bikes estavam e de lá seriam levados ao aeroporto. As 9:30 o Stefan me apanhou e me levou com a bike para a estação ferroviária. Fui até a cidade de Kostenec e de lá pedalei até Plovdiv. Os dez primeiros quilometros foram feitos ao lado da ferrovia, num vale estreito. Passando por Belovo uma planice se abril afastando as montanhas e deixando apenas a vista delas á minha direita..


O dia estava quente e com pouco vento. A vegentação por aqui começa a mudar. Me parece um pouco mais árido e o verde já não tem tanta força. Pazardzik foi a próxima cidade que cruzei, com várias industrias. De lá para Plovdiv uns 30 Km de uma monótona reta foram palcos para muitas reflexões, viagens dentro da viagem.


A chegada em Plovdiv foi por volta das 5 da tarde. Eu nada saia sobre a cidade, mas confesso que fiquei encantado com ela. Quanta história ela já viveu.


É uma das cidades mais antigas do mundo. Seu nome mudou várias vezes. Foi Evmolpia na época dos Trácios (480 A.C), Já foi Philipopólis (342 A.C.), Trimontium para os Romanos por volta do ano 72 e Filibe para os Turcos entre 1364 e 1878.


A cidade antiga guarda as maiores atrações de Plovdiv. Mesquitas do período Otomano, um Estádio Romano debaixo do centro da cidade, que tinha dimensões para receber 30 mil pessoas pode ser visto parcialmente na principal rua de pedestres da cidade.


Talvez o maior tesouro seja o anfiteatro romano descoberto nos anos 80. Esse teatro tem espaço para 7 mil pessoas. Eu ficaria por aqui mais algum tempo para explorar toda a cidade. Essa parte antiga da cidade me lembrou muito uma área de Atenas chamada Plaka. Ruas de pedra e uma arquitetura comum à ateniense eu encontrei em vários lugares.


Essas imagens me levaram de volta à Atenas, cidade que foi um marco na minha vida. Foi na minha primeira viagem à Atenas em 1996 que comecei uma grande mudança pessoal. Dexei de ser um homem da área de Exatas e comecei uma migração para a área de Humanas.


História e geografia eu sempre gostei. Mas aquela visita foi muito mais do que um passeio. Pisar na mesma pedra que Platão discursava na Ágora ateniense, tocar no mármore do Partenon, Olhar para o estreito de Salamina e relembrar da batalha naval que mudou a guerra contra os Persas e tantas outras experiências que me tranportaram por milhares anos de história mexeram comigo.


Comprei um livro de mitologia grega que devorei no vôo de volta ao Brasil.A partir dali comecei a devorar livros de mitologia e a partir dela me aproximar da área de humanas através das artes e da influência da mitologia no mundo e nas diversas áreas do conhecimento humano. O resultado disso foram os cinco livros de mitologia para crianças que escrevi entre 1999 e 2000, além de um outro livro, para adultos, que ainda não publiquei. Acho que me empolguei com as memórias de Atenas.


Mas na verdade, elas são importantes, pois hoje eu estou pedalando nessa viagem como uma consequência da minha decisão de mudar a vida que tinha. E tudo começou em Atenas.